quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ocupar Wall street cresce....

Protesto 'Ocupar Wall Street' cresce com os EUA 'de pernas para o ar
6 de Outubro, 2011 por Diogo Pombo, jornal Sol
 
Os protestos de Nova Iorque começam a aumentar de tom. À terceira semana, a súbita atenção mediática está a ser acompanhada por um crescente interesse público no movimento que se auto-denomina de «Ocupar Wall Street».A notoriedade em torno dos protestos que se têm concretizado diariamente em Wall Street, no centro de Nova Iorque, tem crescido em termos de adesão. Após a detenção de 700 manifestantes no sábado, após bloquearem a ponte de Brooklyn, parece ter proporcionado a faísca que faltava ao movimento.
Das dúzias aos milhares. Ontem, na quarta-feira, foram pelo menos 5 mil as pessoas que se uniram nos protestos que ecoam por Wall Street, que contrastaram com as dúzias começaram timidamente a gritar a 17 de Setembro, dia do início dos protestos.
A lufada no aumento dos números – são milhares as pessoas que enchem têm enchido Wall Street esta semana -, tem no episódio de sábado uma das suas razões. O New York Times assim o constatou, ao falar com vários manifestantes esta quinta-feira.
A detenção em massa parece ter demovido aqueles que eram inicialmente bloqueados pela hesitação. «Adoro a sua democracia directa, a sua natureza de base», confessou um deles, que se juntou esta semana aos protestos.
Sindicatos empurram movimento
Participar em protestos implica, desde logo, um 'etiquetar' social. De cidadãos passam a ser manifestantes, algo que muitos confessam nunca ter posto em hipótese. Mas, nos últimos dias, e com o avolumar da mancha humana, a verdade é que «os jovens de Wall Street estão a dar voz a muitos problemas da classe trabalhadora dos EUA», diz Larry Hanley à CNN, presidente da Amalgamated Transit Union, um dos sindicatos que juntou o seu nome ao protesto.
O próprio Barack Obama reconhece o teor representativo dos protestos. O presidente dos EUA confessou esta quinta-feira, em discurso na Casa Branca, que os manifestantes em Wall Street espelham «as frustrações do povo norte-americano», escreve a Associated Press.
Outro presidente de uma união sindical, Michael Mulgrew, foi mais além na génese dos protestos, que justifica ao apontar que os EUA «estão de pernas para o ar», e que os manifestantes «estão a lutar pelos seus filhos e famílias».
Cargas policiais crescem com protestos
Transversal a todos os protestos costuma estar uma redobrada atenção policial. E, no mundo actual, entre a atenção e a violência está uma margem ténue.
O britânico Daily Telegraph noticia que, na noite de quarta-feira, vários manifestantes foram alvos de bastonadas por parte das autoridades. A Fox News, cadeia de televisão norte-americana, avançou igualmente que um jornalista foi agredido por um polícia no meio da confusão que se instalou em Wall Street.
Aliás, um dos motivos que levou a incremento humano dos protestos terá sido um vídeo que mostrava um polícia a pulverizar com spray pimenta um grupo de mulheres que participava nos protestos de sábado.
O vídeo ganhou contornos virais e circulou pelas redes sociais, aumentando a indignação e ajudando ao aumento dos números de adesão ao movimento «Ocupar Wall Street».

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