terça-feira, 8 de maio de 2012

Nova Democracia desiste de formar Governo... sobrou a bola para o Syriza...


ATENAS – A a crise política na Grécia chegou a um novo ápice nesta segunda-feira. O partido que teve mais votos, o Nova Democracia, informou ser incapaz de formar um novo governo de coalizão. Com isso, a tarefa de comandar o país dependerá ainda mais de legendas que não apoiam as medidas de austeridade impostas pelo resgate financeiro oferecido por FMI e União Europeia.




Os dois partidos favoráveis ao resgate, o Nova Democracia e o socialista Pasok, estão aliados no governo do país desde 2011. Nas eleições deste domingo, falharam em conquistar a maioria do Parlamento, obtendo juntos 149 das 300 cadeiras do Parlamento. Uma das saídas seria buscar o apoio do moderado Partido da Esquerda Democrática, que obteve 19 vagas. Mais cedo, porém, o líder dessa legenda recusou o convite.



— Fizemos tudo que pudemos. Era impossível (formar um novo governo). Eu renuncio ao meu mandato (de formar um novo governo, dado pelo presidente do país)— disse Antonis Samaras, líder da Nova Democracia.



Essa tarefa caberá agora à Coalizão da Esquerda Radical, que também recusa as medidas de austeridade necessárias decorrentes dos resgates financeiros. O partido, que obteve 52 cadeiras, emergiu como a principal força política da esquerda do país, posto historicamente ocupado pelos socialistas.



O cenário torna ainda mais incerta qual será a posição do novo governo grego em relação ao acordo o Fundo Monetário e União Europeia, uma vez que apenas Pasok e Nova Democracia são abertamente favoráveis. O presidente Karolos Papoulias se reunirá na terça-feira com Alexis Tsipras, líder da esquerda radical.



Mesmo que se associassem aos socialistas, os partidos menores da esquerda grega (Esquerda Democrática, Esquerda Radical, Partido Comunista Grego, Coalizão da Esquerda Radical) somariam 138 parlamentares. Assim, não obteriam uma maioria sem o apoio do Gregos Independentes (33 assentos), do Nova Democracia (108) ou do Aurora Dourada, partidos ultranacionalista e de discurso nazista que obteve 21 cadeiras.



Sem governo não há dinheiro



A Grécia pode ficar sem dinheiro até o final de junho se não tiver um governo instaurado para negociar a próxima parcela de ajuda com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), equivalente a US$ 4,3 bilhões para este mês, disseram três autoridades do Ministério das Finanças grego. Os financiadores pedem ainda um corte de US$ 15 bilhões do orçamento de junho.



— Se não houver governo para negociar a próxima parcela com a troika (grupo formado por representantes da Comissão Europeia, do FMI e do Banco Central Europeu) e se o Estado não conseguir o fluxo de caixa mensal projetado, então nós poderemos ter um problema de liquidez do final de junho em diante — disse um deles.



Sem o dinheiro do resgate, a Grécia teria de dar calote, o que poderia levar a sua saída da zona do euro e colocar a própria moeda única em questão.



O porta-voz da Comissão Europeia Amadeu Altafaj disse que “a implementação do programa de maneira completa e atempada é essencial para que se possa atingir os objetivos e (alcançar) a sustentabilidade da dívida grega”.



A Comissão informou que é cedo para antecipar quais serão as decisões do futuro governo grego sobre as reformas



— Nós não temos um novo governo na Grécia ainda. A Comissão espera que o novo governo respeite os compromissos que a Grécia assumiu, disse Pia Ahrenkilde-Hansen, também porta-voz do órgão







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