quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pingo Doce : agora os fornecedores vão pagar a campanha....

Fonte oficial da Jerónimo Martins, liderada por Pedro Soares dos Santos, garante que “não estamos a repercutir a acção do 1º de Maio nos fornecedores”

Fornecedores que não aceitem “pagar” o custo da campanha temem que os seus produtos sejam retirados dos supermercados do grupo JM.
Os fornecedores dos supermercados Pingo Doce, detidos pelo grupo Jerónimo Martins, estão a ver os seus piores receios confirmarem-se: os custos da polémica campanha de 50% de desconto em compras a partir de 100 euros, realizada no 1º de Maio, será repercutida nas facturas que os produtores vão receber nas próximas semanas.
Fontes do sector das bebidas - em que se incluem sumos, águas, vinhos, refrigerantes e bebidas espirituosas - confirmam ao Diário Económico que "a promoção, decidida de forma unilateral pelo Pingo Doce, será paga pelos fornecedores".
Confrontada com esta acusação, fonte oficial do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos defende que "não estamos a repercutir o investimento que fizemos na acção do 1º de Maio nos fornecedores", admitindo apenas que o Pingo Doce "trabalha com mais de dois mil fornecedores e alguns estão alinhados com o reforço de competitividade que o Pingo Doce está a fazer".
A cadeia de supermercados assumiu recentemente que iria apostar numa política de preços baixos e na marca própria como estratégia para contornar a redução do consumo e, em consequência, no volume de vendas
A Centromarca, entidade que reúne as empresas de produtos de marca, reconhece haver uma preocupação generalizada nesta indústria quanto à transferência dos custos da campanha. A directora-geral da Centromarca, Beatriz Imperatori, confirma que "temos alguns indícios que esta tentativa [repercutir o custo nos fornecedores] estará a ser feita pelo Pingo Doce". E acrescenta: "Se vier a ser provada, é uma situação de abuso de posição dominante que deve ser investigada pelas autoridades competentes."
Beatriz Imperatori salienta que a Centromarca espera "que a Autoridade da Concorrência faça a monotorização dos casos, investigue e actue sem que seja necessário a existência de queixas formais dos fornecedores".
Um dos fornecedores do Pingo Doce, que prefere manter o anonimato, revela que depois da realização da campanha contactou a empresa para a informar da indisponibilidade em financiar a promoção. No entanto, a direcção do Pingo Doce transmitiu "que se iria passar esse custo para os fornecedores". "Foi transmitido que iriam pegar no custo da campanha, multiplicar pelo volume de vendas desse dia e debitá-lo no próximo pagamento", conta. A mesma fonte exemplifica: numa factura de 500 mil euros, perante um custo de 200 mil euros, o Pingo Doce só pagará cerca de 300 mil euros.
Fontes do sector das bebidas garantem que não há margem para poderem negociar ou rejeitar o pagamento deste custo, sob pena de sofrerem retaliações, como terem "produtos retirados das prateleiras" dos 369 espaços da marca. As mesmas fontes realçam que este é um cenário que põe em causa a sustentabilidade de pequenas empresas que dependem das vendas que fazem ao segundo maior operador nacional do sector da distribuição.
Entre os milhares de fornecedores do Pingo Doce, o Diário Económico contactou a Unicer e a Central de Cervejas, que recusaram comentar relações contratuais. Até ao fecho da edição não foi possível obter qualquer reacção da Sumol Compal .
A campanha realizada pelo Pingo Doce foi alvo de uma investigação por parte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que detectou indícios de violação do Decreto-lei nº 370/93, ou seja de venda abaixo do custo de produção nalguns produtos. O resultado desta investigação já chegou às mãos do presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião, que confirmou que "recebemos e já estamos a trabalhar sobre o assunto". O presidente da AdC garantiu que "vamos procurar ser tão rápidos quanto possível", mas alertou que este processo pode exigir provas adicionais.
Nota: A Alexandrita lucrou , armou se em santinha amiga do povo e agora esmigalha os produtores ( como sempre esmigalhou). é assim começou a guerra entre osa possuidores de empresas e umas esmigalham as outras....e o Pingo Doce esmigalha todos...

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